sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Cutucando a ferida

Logo depois da virada do ano tirei uns dias de férias em Floripa.
Lá entre todas as outras coisas, aproveitei para aprofundar meu pouco conhecimento no tema planejamento pessoal.

Eu estava criando um sistema on-line de organização do plano de aprendizagem individual dos membros da AIESEC Santa Maria. Uns dias antes de viajar me reuni com a Andri, atual vice-presidente de people development, para definirmos o escopo do projeto.
Entre livros, pdfs, revistas, e uma vista maravilhosa da praia o negócio começou a tomar forma.

Montei toda a estrutura de conteúdo e de telas telas em menos de uma semana, foi uma barbada. Beleza, agora eu preciso testar.

Organizei o conteúdo e fiz um passo-a-passo em um doc do word.
Peguei duas cobaias. A gerente lá da firma e a namorada do meu primo, que estavam junto conosco na casa.

A partir daí comecei a observar uma coisa interessante: as duas me disseram que era exatamente aquilo que estavam precisando. Que era difícil organizar a vida no papel. Não sabiam por onde começar. E as perguntas do questionário então.. puxa.. quase impossíveis de responder.

O questionário de auto-conhecimento presente no início do plano foi produzido para jovens universitários responderem. Jovens estes que estão reçém construindo a vida, não decidiram ainda o que vão fazer.

Já para elas, duas mulheres incríveis e inteligentes mas que possuem uma estrutura familiar montada as perguntas cutucaram as feridas.

Perguntas do tipo: se você não existisse hoje, por que o mundo seria pior? que tem o intuito de instigar a pessoa a definir o legado ou Se você viver cada dia como se fosse o último, um dia ele realmente será o último. Se hoje fosse o último dia da sua Vida, você gostaria de fazer o que você faz hoje? que visa descobrir se você é realmente apaixonado pelo que faz fazem a gente cair fora da zona de conforto realmente não são coisas que se responde na hora, a não ser que você já tenha bem definido em mente.

Mais adiante, apliquei o mesmo doc em uma secretária da firma. E o mesmo aconteceu com ela. Humm, será que montamos um questionário mágico ou as pessoas realmente não se conhecem nem estão pensando em futuro?

Se não estão pensando, porque isto está acontecendo? Trabalham tanto que não tem tempo para sonhar, refletir? Têm medo de fazer planos e ter que modificá-los ou não conseguir atingí-los?

Se essas pessoas não exercitam essas atividades no plano pessoal, o que isso influencia no plano profissional? Por que elas conseguem estabelecer metas profissionais e alcançá-las mas deixam o "lado pessoal de lado"? Falta de tempo? Hmm... temos exatamente o mesmo número de horas por dia que Michelangelo, Leonardo da Vinci, Thomas Jefferson e Albert Einstein tinham.

Será falta de organização? Medo? Acomodação? Será falta de curiosidade? Será pouco interesse na busca prazer?

É, sem querer acho que achei um nicho para trabalhar...

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